quarta-feira, 28 de abril de 2010

Feira do Rolo, ja era......

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Polícia acaba com feira do rolo
Após o ‘JT’ denunciar venda de produtos roubados, policiais ocuparam a região

MARCELA SPINOSA e MARICI CAPITELLI

Pela primeira vez em mais de dois anos, a feira do rolo da praça Pedro Lessa, no Anhangabaú, no centro, não foi realizada ontem. Depois de o JT mostrar a venda de celulares roubados e furtados, além de outros produtos irregulares, a Polícia Militar ocupou a região e impediu que os cerca de 200 vendedores comercializassem os produtos no local.

Os policiais também fizeram apreensões de equipamentos de origem desconhecida. A corporação acredita que será possível acabar com esse comércio, que acontecia todos os dias das 17h às 22h.

Por volta das 16h, os vendedores começaram a se aglomerar na rua Capitão Salomão, onde atrapalhavam comerciantes e pedestres. Um deles desafiou a polícia e tentou vender um celular, mas teve o aparelho apreendido.

“Com a presença da polícia eles logo foram embora. Nós comerciantes estamos muito felizes”, disse um lojista que preferiu não se identificar. Estimativas dos donos de lojas apontam queda de 50% nos comércios desde que a feira começou.

A Rua Capitão Salomão, que tem 250 metros, estava com outra cara. Pedestres podiam circular pelas calçadas. Passageiros de ônibus não tinham que ficar à espera dos coletivos no meio da via, como acontecia quando os vendedores ocupavam o passeio público para abordar as pessoas e oferecer os celulares.

Sem ter para onde ir, muitos vendedores ficaram sentados na praça do Correio à espera que os policiais fossem embora para que pudessem realizar a atividade, o que não aconteceu.

De acordo com a Polícia Militar, mais 60 policiais passaram a patrulhar a região desde ontem. Eles fazem parte da operação delegada que é a prestação de serviços de segurança ao município pelos policiais de folga.

O tenente coronel Renato Cerqueira Campos, comandante do 7º batalhão da PM, disse que além desses reforços, o patrulhamento contou ainda com viaturas da Força Tática, Rocam e base comunitária. Várias viaturas ficaram estacionadas exatamente no ponto onde funcionava a feira.

Campos afirmou que a operação deverá ser mantida. “A tendência é que a gente mantenha a operação em caráter permanente. Acreditamos que com isso a feira não vai voltar.”

Terminal limpo

Os passageiros do terminal de ônibus Correio também comemoraram o fim da feira. Os vendedores costumavam ocupar o espaço reservado para esperar os coletivos. A segurança Gislene Cristina Estevão, 35 anos, que pega ônibus no local todos os dias, disse que estava se sentindo mais segura. “Hoje está mais seguro por causa da polícia e sem os vendedores. Aparentemente, está tudo mais limpo já que eles faziam muita sujeira. Espero que de fato eles não voltem.”

Fabio Thomaz da Silva, auxiliar contábil, de 34 anos, que mora no Limão, zona norte, contou que se sentia muito incomodado com a feira porque os vendedores ocupavam o espaço público. “Está mais limpo e mais seguro.”

O presidente do Conseg Centro, Antonio de Souza Neto, afirmou que, desde o início da feira, a comunidade tentava acabar com ela, mas sem sucesso. “Sem a feira, as pessoas têm a sensação de segurança e podem circular de maneira mais despreocupada.”

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