Cel. Camilo.
Permita-me estar muito orgulhoso de acompanhar sua chegada ao mais alto posto da carreira militar no Estado de São Paulo. Posso imaginar quantos oficiais gostaria de estar em seu lugar. A sua forma de ser, o seu caráter, sua personalidade imbuída de modéstia e humildade o
encaminharam até este merecido cargo. A frase bíblica -"muitos serão chamados e poucos serão escolhidos" cabe bem ao trilhar de sua vida. Imagino teus Pais, parentes e amigos, mais próximos, que acompanharam sua brilhante carreira e ver um, ainda jovem, chegar ao Olimpo.
Soldados, pessoas comuns dos Consegs e das entidades que sempre estivestes presente recentemente, não medem palavras para se orgulhar de suas atitudes e de seu comportamento. A nossa sociedade carece de lideranças fortes e maturas para servirem de referencias. Você é este elo forte que necessitamos para inspirarmos e ter como modelo nos
caminhos que escolhemos em nosso cotidiano.
Em nome do CONSEG-CENTRO lhe desejamos todo sucesso nesta nova empreitada, e, com certeza, pode contar com nossa modesta e persistente busca do melhor caminho para a conquista da Cidadania. Sabedores que somos um minúsculo grão de areia em seu esplendoroso universo, mesmo assim pode contar com nossa humilde colaboração.
Não podemos nos esquecer do compromisso firmado, após sua brilhante palestra no Conseg-Centro na busca de "melhorar a sensação de segurança" após a redução dos índices de criminalidade em todo Estado e principalmente na região Central de nossa Cidade. Talvez um dos caminhos fosse fazer uma reflexão sobre a implantação da Polícia Comunitária de fato. Este foi, na verdade, o último contato que tivemos anterior a sua ida ao Japão. Estamos nos preparando para a "1ª conferêrencia Nacional de Segurança Pública", promovida pelo Ministério da Justiça, que será realizada, no mês de agosto, em Brasília, estamos organizando reuniões para discutirmos tal assunto.
Cel. Camilo permita-me relembrar uma passagem que aconteceu comigo aqui, na Galeria do Rock, no início da minha gestão, que acabou dando-me uma força descomunal, senso de responsabilidade para com a coletividade e coragem a fins de enfrentar o antro de corrupção,
gatunos e malfeitores aqui instalados. Isto aqui era muito pior que a cracolândia que hoje conhecemos. Havia vários pontos de tráfico de drogas pesados, usuários fumando maconha, cheirando cocaína pelos corredores (ainda não existia o Crac) e muita gente boa misturando-se
com aquele universo como pequenos empresários que ficavam indignados e desesperançados com aquela caótica situação. Eram frontalmente contra aqueles maus elementos ali instalados, mas não tinham forças para reagir contra aqueles bandos de malfeitores que ali imperavam e
dominavam todo centro comercial e adjacências. Infelizmente a maioria das pessoas, em nosso país, são omissas por natureza, talvez... O Cidadão comum, não tem força nem, coragem de enfrentar o meliante, seja ele de colarinho branco ou o ladrão de esquina. Neste clima de
total incerteza aceitei o cargo de Sindico. Meus parentes acharam que estava ficando maluco, minha querida Mãe havia falecido dois meses antes de aceitar tal compromisso, assumi o cargo em março de 1993. Fui buscar ajuda no Conseg, onde o Presidente, naquele momento, era o Dr. João Batista de Oliveira que me apresentou o grande Capitão Roher da
2ª Cia, do 7º batalhão, o qual à meu convite compareceu na Galeria sentindo o peso da minha responsabilidade perante aquela coletividade. Enviou-me dois P2, com intuito que quebrar o tráfico pesado que aqui houvesse e pegamos vários pontos de drogas. Comecei participar do Projeto Viva o Centro, quando formamos as primeiras "Ações Locais" e de outras
entidades sérias do Centro da Cidade com o objetivo de quebrar paradigmas e mostrar que naquele prédio, quase abandonado, povoado por maus elementos estava tomando novos rumos e conseguimos fazer uma verdadeira revolução Cultural criando a prodigiosa GALERIA DO ROCK. Fiz este breve relato para que possa entender as condições que me
encontrava, física e psicologicamente naquele momento. Portanto estava fragilizado buscando forças em todo canto para levar avante a empreitada que assumi, é óbvio o teu compromisso é muito, infinitamente maior... Tenha a certeza, caro Cel. Camilo, que o
sofrimento é o mesmo, pois neste momento o poder de decisão é único e tem que ser tomado e nesta hora temos que buscar acertar, pois e errar é humano. Só erra que tenta acertar e quem está com o destino de muita gente nas mãos. A palavra de estímulo e conforto veio do Sr. Alberto, um Engenheiro aposentado, com voz embargada pela idade, dono de uma
loja no 3º andar da Galeria, ao adentrar no elevador, que tinha um fundo todo vermelho, esticou uma de suas mãos não deixando as portas fecharem e disse: --"Toninho você foi um espírito iluminado que nos foi trazido pelas forças boas do divino que irá fazer os sonhos de
muita gente se realizar aqui dentro deste nosso mundo". Aquelas palavras me deram tanta força, tanto senso de responsabilidade, de compromisso, que naquele momento me engrandeci como se tivesse subido num cavalo alado que não poderia, jamais frustrar aquele pensamento.
Cel Camilo, nem sei o porquê estou lhe falando isto, mas sei que a tua sensibilidade vai fazer entender esta mensagem e lhe dar ciência do quão você é importante, neste momento, para a história desta nossa Cidade, Estado e País. Que a natureza do divino lhe preencha de força,
energia, dando-lhe sabedoria, paz, harmonia e espírito de guerreiro para enfrentar a batalha que estás assumindo perante o comando da Polícia de São Paulo que irá inferir na Segurança Pública de todo Estado Brasileiro.
De que lhe considera e respeita em nome da nossa Coletividade,
Antonio de Souza Neto
Presidente do CONSEG-CENTRO.
quarta-feira, 8 de abril de 2009
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